A Comissão de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, realizou, na última quinta-feira (23/11), na sede do Centro de Referência Integral de Adolescentes (Cria), no Pelourinho, mais uma edição das suas reuniões abertas. Nesta oportunidade, as linguagens debatidas foram a dança e o teatro. A proposta da reunião é levar as discussões temáticas aos locais onde as linguagens são desenvolvidas. No caso do Cria, os alunos da instituição puderam apresentar contribuições e demandas para o setor.
As provocações para o início do debate ficaram a cargo do diretor teatral Luis Bandeira e do coordenador da Bumbá – Escola de Formação Artística, Eugênio Lima. Sob a condução do presidente da Comissão, o vereador Sílvio Humberto, os jovens alunos do Cria puderam ouvir as considerações dos debatedores e também apresentar propostas para as linguagens artísticas em discussão.
Sílvio falou, principalmente, sobre a urgência da criação de políticas públicas que dinamizem os diversos setores da Cultura, prioritariamente, para aqueles que se encontram à margem do circuito de financiamento cultural. “A nossa juventude negra se esforça para interpretar e dançar nos palcos, para não dançar na vida. A arte é uma saída para muitos destes jovens. Entidades como o Cria são fundamentais para a criação destas oportunidades”, destacou o vereador.
Propostas – Um conjunto de propostas foram elencadas durante a reunião. Foi apontada a necessidade de inversão das prioridades nas pautas e políticas, dando mais espaço para grupos marginalizados no processo de produção cultural. A criação de cotas nos editais para o Teatro de Rua e para ONGs que trabalham com arte e cidadania, a exemplo do Cria, também foi pautada na discussão.
O presidente da Comissão de Cultura pontuou ainda, a necessidade de apoio para a potencialização destas iniciativas. “É papel fundamental do poder público dinamizar e democratizar o acesso aos bens culturais e ao processo de produção da cadeia cultural. Muito mais do que alcançar a dimensão simbólica da arte, isso possibilitará meios de geração de trabalho e renda para estes jovens”, concluiu Sílvio Humberto, ao defender mais uma vez o papel da Cultura no desenvolvimento socioeconômico da cidade.