O Colégio Estadual Democrático Bertholdo Cirilo dos Reis, no bairro da Plataforma, em Salvador, foi transformado em um grande centro de exposições para a realização da I Feira de Ciências. O evento, que começou nesta quinta-feira (25) e prossegue até esta sexta (26), reúne 48 estandes de experimentos e instalações, além de apresentações artísticas de dança, teatro e música. Por todos os lados é possível ver o resultado de projetos desenvolvidos em sala de aula, que estimulam o interesse dos estudantes pelas Ciências.
Dentre os projetos apresentados na feira, que tem como tema “Escola e comunidade para educar e transformar”, muitos têm um foco na sustentabilidade socioambiental e mostram diferentes alternativas de reuso e reciclagem de garrafas PET. Em um dos estandes, os alunos explicam como é possível fazer sabão com a reutilização de óleo de cozinha e em outro, abordam a energia solar como alternativa sustentável.
A I Feira de Ciências do Bertholdo Cirilo acontece nos três turnos escolares, envolvendo os estudantes dos Ensinos Fundamental II e Médio, da Educação Profissional e da Educação para Jovens e Adultos (EJA). O vice-diretor Renato Bispo fala entusiasmado sobre o projeto. “A comunidade escolar está muito envolvida e está sendo uma experiência importante para todos nós. O nosso objetivo é despertar a essência científica dos nossos estudantes, buscando, com isso, estimular a relação de ensino e aprendizagem, além de fomentar o protagonismo deles na construção do seu conhecimento, dentro de uma visão sustentável, ecológica e cidadã”.
A Dejanira Santos, 18 anos, 3ª série do Ensino Médio, fala sobre a importância da feira para o processo de ensino e aprendizagem. “Está sendo uma experiência incrível trabalhar com temas atuais e essenciais, como ‘Química cidadã’, por meio da qual trabalhamos em cima da reciclagem e reutilização como forma de preservar o meio ambiente”, relata, completando que, com esta experiência, a comunidade do entorno foi conscientizada pelos estudantes sobre a importância do descarte correto do óleo para não causar prejuízo ao meio ambiente. “Sem falar que, além de aprendermos sobre a importância da reciclagem, produzimos um produto de utilidade pública”, arremata.
Reciclagem x reutilização – O estudante Felipe Santos, 18 anos, 3ª série, também está empolgado com o experimento voltado à reciclagem (reprocessamento para transformar um produto em um outro material) e reutilização (reaproveitar um produto em diversas outras possibilidades de uso) da garrafa PET. “É interessante porque, antes de partir para esta experiência, não sabia a diferença entre reciclar e reutilizar, embora ambos sejam processos importantes para o meio ambiente e para a gestão de resíduos, com o objetivo de combater o desperdício. A partir de 1990, com o aumento da garrafa PET no mercado, é que começou a preocupação com a sua reciclagem e reutilização para não sobrecarregar o meio ambiente, já que ela tem uma duração de 750 anos”, explica.
A professora de Língua Portuguesa, Lourdes de Paula, reforça que a feira mostra as possibilidades de fazer Ciências para além do cotidiano. “Há uma instalação, por exemplo, que faz um link com o livro Ensaio sobre a cegueira (José Saramago), para mostrar a diferença entre o ver biológico e o enxergar, que possibilita observar o mundo em suas diversas possibilidades”, cita. Outro projeto interessante, comenta a educadora, é a mostra “Do vinil ao vinil”, que traz a pesquisa sobre a evolução tecnológica dos recursos sonoros, a partir do disco de vinil, que já foi uma única possibilidade sonora e volta como uma das possibilidades”.