Não era de se esperar, mas o que deveria ser uma audiência pública, se tornou uma verdadeira bagunça. Sob gritos de “politicagem, politicagem” a comunidade do Suburbio bradou na audiência realizada nesta terça-feira (28), no Centro Cultural de Plataforma.
Segundo lideranças comunitárias que estavam no local a mesa organizada pelo SINDMED não continha nenhum representante da SESAB, nem da Defensoria Pública, muito menos autoridades Políticas com mandato em exercício.
“Esta audiência é política de oposição, como pode não haver nenhum representante da Câmara de Vereadores compondo a mesa? Como pode a SESAB não comparecer?, isso é uma falta de respeito! Já sei que isso aqui não vai dar em nada, só conversa, só balela”, bradou um dos moradores que preferiu não se identificar.
Entenda o Caso:
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h que funcionava no bairro de Escada, subúrbio ferroviário de Salvador, encerrou as atividades de forma definitiva na quarta-feira (28/12/2016), com isso, suspendendo aproximadamente sete mil atendimentos mensais à população através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que custeia as operações de saúde no local – com repasse de verbas a uma empresa privada -, a decisão segue uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
De acordo com o TCE, apontou a Sesab, a forma de contrato entre o governo e a empresa Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar foi considerada “irregular” e, por isso, não haverá continuidade. Segundo a secretaria, o contrato de “credenciamento” com a Pró-Saúde é baseado em prestação de serviços, sem processo licitatório.
Por meio de comunicado oficial, o Tribunal de Contas do Estado informou que o Relatório de Auditoria feito pelo órgão não recomendou o fechamento da UPA de Escada, mas somente que a contratação da entidade que explora o equipamento fosse regularizada.
“A auditoria na prestação de contas do exercício de 2015 da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), que ainda não foi definitivamente julgada pelo Plenário do TCE/BA, apontou a necessidade de regularização do processo de contratação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tipo III, no Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário do município de Salvador/BA”, completou o TCE.
Providências
Após o fechamento da unidade, diversos moradores organizaram-se em passeata e manifestações que travaram a Av. Suburbana, sendo em vão todos os esforços.
O Vereador Orlando Palhinha, se manifestou à favor da população e nos mesmo dia emitiu um ofício solicitando ao Governado Rui Costa, que tomasse as devidas providência sobre o caso. De lá para cá apenas o mesmo tem levantado a bandeira do Subúrbio e tomado providencias legais sobre essa questão.
A nossa equipe tem recebido diariamente informações sobre as Unidades de Pronto Atendimento de Periperi e Paripe, onde diversos internautas citam a falta de atendimento médico, sendo necessário na maioria das vezes, se deslocarem para outras unidades fora do Subúrbio.