Protesto dos alunos de Interpretação Teatral da Escola de Teatro da UFBA 04 de fevereiro de 2025 | 20:15
Alunos protestam contra o abandono do prédio em construção da Escola de Teatro da UfBA
A trilogia performativa “A-sombra-ação”, desenvolvida pelos alunos de Interpretação Teatral da Escola de Teatro da UFBA, será apresentada na sexta-feira (7), às 18h, como um ato de protesto contra o “abandono prolongado” do prédio da escola, localizado no bairro do Canela, em Salvador. A performance surge como resposta à invisibilização e aos desafios enfrentados pela comunidade artística local, reflexo do descaso com o espaço cultural.
Criada coletivamente na disciplina Rito e Performance, a obra utiliza a Performance Art como meio de denúncia e resistência, ressaltando o impacto da falta de território para a expressão e o ensino das artes cênicas. Inspirados na obra “Fantasmagorías Brxsil”, de Padmateo, e em trabalhos como “Madresmorta”, de Marcinha Baobá, os estudantes exploram uma poética espectral para dar voz às dores e indignações da comunidade teatral.
Estrutura da Trilogia
O primeiro momento reúne experimentos de som, máscaras e expressão corporal, apresentados nos arredores do casarão da Escola de Teatro. Com performances artísticas, os alunos denunciam o abandono do prédio e a precarização do ensino.
Na segunda etapa, o grupo apresenta uma instalação composta por projeções de vídeo-performance, luzes e poemas sonorizados. As projeções sobre tecidos brancos cercam simbolicamente o prédio abandonado, evocando sombras que ecoam o sofrimento e a resistência da comunidade teatral.
A última parte será realizada no dia 14 de fevereiro de 2025, às 17h, em frente ao prédio da Reitoria da UFBA. Inspirada na estética do lambe-lambe, a ação combina colagens fotográficas de edifícios abandonados na universidade com frases impactantes, destacando a urgência da revitalização dos espaços.
Um Grito Coletivo
“A-sombra-ação” transcende a condição de protesto: é um grito artístico e coletivo, convocando a sociedade a refletir sobre o abandono do patrimônio público e a invisibilidade imposta aos artistas em formação. Mesmo sem um espaço físico digno, os estudantes reafirmam a presença e a força transformadora da arte.