Os estudantes do Colégio Estadual Clarice Santiago dos Santos, localizado no bairro do Arenoso, em Salvador, deram um show de talento durante a culminância do projeto escolar Com Ciência Negra. Através de apresentações de dança, coral, poesia e desfile temático, eles celebraram aspectos como identidade, história, cultura, luta e beleza do povo negro. A atividade integra as comemorações do Novembro Negro realizadas pelas escolas estaduais em toda a Bahia.
Recentemente, a unidade escolar, que antes se chamava Colégio Estadual Deputado Luís Eduardo Magalhães, recebeu o nome de Clarice Santiago dos Santos, descendente de Beiru, em homenagem à líder comunitária e religiosa local. A mudança de nome aconteceu após a escola conquistar o primeiro lugar com a apresentação das esculturas capilares Afro Hair, nos projetos estruturantes da Secretaria da Educação do Estado (SEC).
Um dos pontos altos do evento foi a realização do desfile Afro Fashion Hair, no qual os estudantes fizeram todo o trabalho de pesquisa de referências de moda africana, desenhos dos croquis, costura dos figurinos, maquiagem e elaboração dos penteados. Seguindo a tendência de moda sustentável, todo o figurino foi confeccionado com a reutilização de tecidos que seriam descartados no lixo. Quem também participou da criação dos figurinos foi a cozinheira do colégio Elaine Cristina de Jesus, que também é estilista. “É muito gratificante colaborar com os estudantes e ver o resultado das roupas prontas na passarela”, disse.
Esta é a quarta vez que a estudante Carina Fiuza, 15, 9º ano, participa do desfile. “É muito bom conhecer mais sobre a nossa cultura e aprender mais sobre as pessoas que nos antecederam. O desfile é resultado de um projeto enriquecedor, pois podemos transformar lixo em arte e valorizar as nossas raízes”, comentou.
Já o estudante Wesley Kennedy Mendes, 18, 3º ano, que faz parte do Coral Voice Arenoso, falou da importância de cantar com os colegas. “Em eventos como este a gente pode ver muitos talentos sendo descobertos. Gosto muito de participar do coral e de poder mostrar para o público a minha voz, principalmente neste projeto que celebra a cultura afro-brasileira”.
A professora de Artes, Ingrid Lago, explicou sobre o projeto: “ele é um desdobramento que vem acontecendo ao longo do ano inteiro. A gente tem sempre uma preocupação em implantar a Lei 10.639 e, a partir disso, pensamos em formas alternativas de fazer isso. A importância disso é que os estudantes entenderem esse lugar ancestral que eles ocupam e ter essa reconexão com a beleza dos cabelos, dos corpos e das roupas”.
Fonte: Ascom/SEC