Equipamento que se tornou cada dia mais presente no cenário do futebol baiano nos últimos anos, o Estádio de Pituaçu reafirma seu importante papel para a prática amadora e de base da modalidade nos últimos anos. O número de partidas que já foram realizadas em 2024 até o momento – 168 – surpreende a todos, com uma média de mais de um jogo por dia nos últimos três meses (101 partidas em 90 dias).
Diretor-geral da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Vicente Neto destaca a programação cheia que o estádio tem no ano pela alcunha do palco do futebol baiano. Para o gestor, servir à sociedade e ao público, atendendo às demandas de clubes que não teriam como participar de competições por falta de local para mando de campo, é o principal objetivo do Governo do Estado com o equipamento.
“Se não fosse Pituaçu, muitos desses times não teriam onde jogar e, por consequência, muitas das competições não estariam sendo realizadas na Bahia. A base, com a Copa 2 de Julho, o futebol amador e até times profissionais, como os representantes baianos da Série D e A2 feminino nacional neste ano, precisam deste estádio. O retorno vem com o desenvolvimento da modalidade e na descoberta de novos talentos. Nós priorizamos esse atendimento aos pedidos com um equipamento de qualidade e disponível”, cita Vicente.
De 9 de março, após a janela de manutenção e descompactação do gramado, até esta quinta-feira, 19, 168 partidas já foram realizadas em 2024. A quantidade de jogos até o final do ano deve facilmente superar a marca de 200 jogos que aconteceram em 2023 pelo histórico dos últimos meses.
Mais seis jogos já estão confirmados para acontecer ainda neste mês, totalizando 30 ao todo em setembro – uma média de um por dia. Essa quantidade é parecida a junho, que teve 24 partidas, e às atípicas rotinas de jogos que aconteceram em julho e agosto, com, respectivamente, 36 e 37 em 31 dias de cada mês. Seguindo a tendência, que não deve mudar, a programação para outubro, novembro e dezembro também será cheia.
Com toda essa capacidade de atender ao futebol baiano, o presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ricardo Lima, reafirma a importância do Estádio de Pituaçu ao abrigar, atualmente, jogos de diferentes clubes que não possuem estádios próprios, tanto da capital quanto do interior, em variadas competições, estaduais e nacionais.
“O potencial não é apenas para realizar jogos, é para abrigar jovens e crianças que sonham em seguir a carreira de jogador profissional. Com os jogos de base que são realizados em Pituaçu, o estádio também se torna um importante palco para a revelação de promessas do futebol baiano”, comenta o presidente da FBF.
Manutenção do gramado
O desgaste e a necessidade de manutenção frequente no estádio são naturais com a alta carga de jogos somada ao período chuvoso que afeta a capital baiana entre os meses de março e setembro, segundo Fernando Carvalho, engenheiro agrônomo da Sudesb. Ele acrescenta que dificilmente outro estádio no mundo deve receber tanto estresse nas plantas sem tempo para fazer as reparações normalmente feitas em locais que recebem apenas um ou dois jogos por semana, a média mais comum.
“Pela ausência de janelas para fazer essa recuperação, tratamento e aplicação de insumos e fertilizantes, mais a precipitação pluviométrica maior da época, que deixa o solo mais úmido, e a alta quantidade de pisoteio dos jogos, aumentam os danos à grama, situação que estamos presenciando neste momento. No entanto, cuidados mais intensos já estão sendo adotados para recuperação completa da grama”, informa o agrônomo.
Fernando acrescenta que as manutenções no Estádio de Pituaçu são constantes, com a aplicação de NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) – prática comum em qualquer vegetal, inclusive gramados, e táticas específicas, como remineralizadores (produtos naturais à base de pó de rocha) e adubações (foliares, que são absorvidos pelas folhas das plantas), que não reagem imediatamente, mas em partes para a grama absorver os nutrientes e ficar mais resistente.
“Nós acrescentamos a esse tratamento microrganismos e insumos biológicos para favorecer a estruturação do solo como um ambiente vivo que possa promover muito mais saúde para o gramado, que, na questão social, abraça a todos, tornando-se um estádio de grandes eventos de visibilidade ou de impacto social. Mas, todos adoram jogar aqui, sempre com boas condições de jogo. Com janelas maiores, que não estão acontecendo atualmente aqui por conta do aspecto social, haverá uma recuperação rápida e visível diante de tudo que fazemos aqui”, finaliza Fernando.
Já a coloração do gramado, que chamou a atenção nos últimos dias, diferente do usual, é causada tanto pelos motivos anteriores quanto pelo tratamento no combate às espécies invasoras. Por estar próximo ao Parque Metropolitano de Pituaçu, o gramado fica sujeito a este tipo de situação, que sempre vem sendo controlado pela gestão do estádio, de acordo com o engenheiro agrônomo.
Fonte: Ascom/Sudesb