Um café da manhã, realizado na terça-feira (28), selou a intenção de construir um Termo de Cooperação Internacional entre o Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), e a Western Ontario University, no Canadá. A ideia surgiu após a disciplina Internacional Geosciences Field Experience, que faz parte do programa da Western para o curso de Earth Science. Estudantes canadenses e brasileiros começaram a experiência em Salvador, com passagens pelos Museu Geológico da Bahia (MGB) e Centro Gemológico da Bahia (CGB), e seguiu pelo interior do estado para visitação de minas no início de maio.
“A Bahia está inaugurando uma relação bilateral com o Canadá, por meio da Western Ontário University, e trazendo uma nova expectativa de troca de experiências e de saber na área de mineração, o que certamente vai abrir novas frentes de pesquisa e de acesso”, declara o gestor da pasta, Angelo Almeida. Ainda de acordo com o secretário o termo teria três focos: minerais críticos e estratégicos; novas tecnologias aplicadas à descoberta e ampliação de depósitos; e sustentabilidade ambiental na mineração, que se desdobram em dois subtemas: impactos da mineração em terras indígenas e reuso de rejeitos.
A responsável pela disciplina é a professora e geóloga baiana, Débora Rios, formada pela Universidade Federal da Bahia e que atualmente é pesquisadora associada da Western University, onde trabalha no Zaplab, o laboratório de zircão e minerais acessórios. “A International Geosciences Future Experience é uma disciplina que faz parte do Programa de Formação dos estudantes de graduação e pós-graduação da universidade canadense já há alguns anos, que sempre leva estudantes para conhecerem minas e depósitos em regiões diferentes do mundo”, explica.
A professora Débora complementa dizendo que o termo permitirá um Panorama Futuro da Cooperação; capacitação técnica de profissionais ligados à indústria mineral e acesso a uma capacitação profissional com foco na solução de problemas enfrentados pela mineração na Bahia.
Expedição baiana
O programa ficou parado durante a pandemia e foi retomado este ano e é a primeira vez que ocorre no Brasil, mais especificamente na Bahia. “O estado foi escolhido por causa dessa ampla riqueza e geodiversidade, que tem aqui. Temos uma enorme quantidade de minerais, minas conhecidas mundialmente, como a Fazenda Brasileiro, a própria mineração de Jacobina, o cobre de Caraíba. A experiência foi extremamente positiva, saiu todo mundo muito contente com o que viu e vivenciou. Os alunos foram acolhidos e a interação entre os estudantes e profissionais brasileiros foi muito boa. Os brasileiros ganharam a possibilidade de praticar a língua e os canadenses tiveram a oportunidade de conhecer nossa cultura, nosso povo e a nossa forma bem própria de ser acolhedor”, completa a professora.
As atividades foram iniciadas com um encontro no Museu Geológico da Bahia, que envolveu o grupo canadense e geocientistas baianos. Na ocasião o secretário Angelo Almeida deu as boas-vindas e logo após foi formada uma mesa de conversa e interação com a presença de Leone Andrade, diretor de Tecnologia e Inovação e Reitor do Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (Senai/Cimatec); Paulo Guimarães, diretor da BahiaInveste; Washington Rydz, gerente de Empreendimentos Minerais e Gestão Ambiental da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e Desmond Moser, chefe do Departamento de Ciências da Terra da Western Ontario University, no Canadá.
Na sequência, o grupo realizou uma visita geoturística ao Centro Histórico de Salvador, onde teve a oportunidade de observar o trabalho de artesanato mineral, lapidação e joalheria desenvolvido por artesãos baianos no Centro Gemológico. Os trabalhos de campo envolveram visitas a empresas de mineração canadenses e brasileiras, em atividade no Nordeste do estado. O grupo de 28 estudantes e pesquisadores brasileiros e canadenses foi acompanhado pela coordenadora de Fomento à Mineração, Petróleo e Gás, Amanda Silva, pela economista mineral, Ana Cristina Magalhães e pela gemóloga, geóloga e coordenadora do CGB, Mônica Correa.
Fonte: Ascom/SDE