“Essa troca tem sido muito, muito produtiva. A mudança dele de comportamento e na parte motora, quem está de fora pensa que o menino se bate em tudo e que cai toda hora porque ele quer. Mas, na verdade não é. Eles têm uma dificuldade de espaço. A natação está dando pra eles essa firmeza. Claro que a gente precisa trabalhar mais. Mas, isso fez sim a diferença”, comenta Jeanne.
Benefícios
Ela acrescenta que, principalmente, Brian, 13 anos, melhorou a dificuldade motora graças à natação, além de diminuir as discussões em casa com seu irmão gêmeo, Benício, e ficar mais concentrados nas atividades diárias. Brian, inclusive, se esforça para melhorar nos treinos e se concentrar mais.
“Eu, às vezes, fico cansado. Mas, eu preciso me esforçar e aprender mais ainda. Eu ainda vou aprender. Quando eu ganhar o troféu e a medalha, aí eu serei um campeão. Eu adoro coisas brilhantes. Já as aulas são para o nosso corpo e a nossa mente. Então, a gente precisa aprender mais com os nossos erros. Eu vou ser um ótimo nadador um dia”, relata.
Seu irmão mais velho, Marcus Vinícius, de 19 anos, também quer melhorar nos treinos e tentar ser atleta profissional. “Estou pensando em ser nadador e participar das competições. Quero também medalhas e o dinheiro. Nado mais rápido desde que entrei no projeto. Só ainda não consigo ficar em pé na natação e respirar”, explica.
A mãe comemora e agradece o suporte aos filhos. “A gente vê realmente um crescimento e um amadurecimento. Não tem como mentir porque você está vendo aí que eles gostam. Eles vêm e têm apego, que é fundamental. Quando não gostam, não adianta insistir. Os professores fazem diferença. Os que não têm ainda um conhecimento na questão, procuram estar conversando e se informando, principalmente, executando tudo aquilo que precisa para que eles tenham um resultado. Os meninos almejam. Está muito mais além do que podemos imaginar”, finaliza Jeanne.
Natação em Rede
O caso da família Vieira, que tem mais de dois anos no projeto, é apenas um exemplo entre várias histórias semelhantes na Piscina Olímpica da Bahia, na Avenida Bonocô. Outros alunos também se sentem bem com o formato das aulas, como o caso de Osmar dos Santos, 15 anos. “Aqui é maravilhoso e muito terapêutico. O pessoal daqui é muito calmo e ensina passo a passo. Não grita e não xinga. São muito cuidadosos. Se tiver alguma dúvida, eles ensinam de maneira mais diferente”, afirma.
Já Yuri Moreira gosta tanto de estar na água, que saiu rapidamente para tirar foto com a sua mãe, Ana Cleide, e voltou logo para a piscina. Ela conta que ele mudou muita coisa com o projeto. “Eu corri muito atrás e agradeço porque é um projeto maravilhoso. Yuri desenvolveu bastante e acredito que vai desenvolver mais ainda.”
A mesma empolgação é notada por Micaele Jesus, de 12 anos e há apenas três meses no projeto Natação em Rede, que conta que gosta bastante de conversar e nadar. A sua mãe, Débora, relata que ela fica ansiosa em casa para ir às aulas. “Está querendo mergulhar e aprender para passar para a outra piscina. Eu estou gostando de ver que ela está treinando e se esforçando também, porque, geralmente, por causa do TDAH, ela não firma numa coisa só. Mas, aqui, parece estar firmando. Toda semana ela está querendo vir”, pontua.
Semana da Conscientização ao Autismo
Além do projeto Natação em Rede, a Sudesb tem alunos com TEA em outros programas parceiros, como o Projeto Pedal, com mais de 140 alunos, e o Projeto de Núcleos de Esportes de Lutas e Combates, realizado na Arena de Esportes da Bahia, em Ipitanga, em Lauro de Freitas, e no Centro de Boxe e Arte Marciais da Bahia, no Largo de Roma, em Salvador. O coordenador do Núcleo de Paradesporto da Sudesb, Adelmare Junior, comemora a atuação da autarquia estadual, salientada na semana em que se celebra o Dia Mundial de Conscientização ao Autismo, na última terça-feira, 2.
“O número de alunos e atletas PCD nos projetos da Sudesb tem aumentado gradualmente nos últimos anos graças à política de inclusão desenvolvida por nós, que foi focada ainda mais com a criação do nosso núcleo do Paradesporto. É muito gratificante ver tantas pessoas de diferentes idades nos nossos projetos e competindo cada vez mais. O nosso objetivo é melhorar na inclusão da pessoa com deficiência nos esportes, um importante local de socialização e de benefícios incontáveis”, finaliza o coordenador.
Fonte: Ascom/Sudesb