Os estudantes da Educação Indígena da rede estadual de ensino conquistaram resultados significativos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2023. Um exemplo notável são as três estudantes do Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas, que se destacaram na redação, alcançando pontuações superiores a 900. Em 2023, o Estado manteve 27 escolas indígenas, totalizando 6.470 alunos, evidenciando o compromisso com a diversidade cultural.
Os resultados das redações das estudantes Nara Raquel Cruz Ferreira, com pontuação de 960; Maria Teresa Cataá, atingindo 930; e Rute Nara Cruz Ferreira, com 900 pontos, refletem não apenas seus esforços individuais, como também destacam a eficácia das práticas pedagógicas na Educação Escolar Indígena.
A diretora de Educação dos Povos e Comunidades Tradicionais, Poliana Reis, destaca a importância dessas práticas. “É com muita alegria que nós estamos acompanhando o desempenho dos e das estudantes indígenas no ENEM. Nesta gestão, a política pública para os povos indígenas vem sendo intensificada e a educação tem sido destaque tanto em sua essência pedagógica, como também com relação à infraestrutura e valorização do profissional indígena. Agora, o estudante indígena sabe que ele pode seguir qualquer profissão que quiser, pois todas essas políticas públicas voltadas para os povos indígenas têm garantido a oferta de educação de qualidade, tanto na Educação Básica, quanto na Educação Superior”.
A Educação Indígena estadual é fundamentada na interculturalidade, na coletividade, no fortalecimento identitário e na valorização de suas especificidades. Esses princípios não apenas promovem o ensino, como também preparam os estudantes para desafios externos, como as avaliações externas.
Nara Raquel Cruz Ferreira, 17 anos, que deseja cursar Medicina na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), compartilhou sua experiência em alcançar 960 na redação e enfatizou a importância da sua escola nesse processo: “Fiquei extremamente feliz. A expectativa era de uma nota alta devido à rotina de estudos e à prática, porém não esperava por esse resultado. A minha escola foi essencial para que eu obtivesse esta nota. Foram realizados simulados e os professores esclareceram dúvidas e organizaram atividades que estimularam a escrita”.
A estudante Rute Nara Cruz Ferreira, 17 anos, que também deseja ingressar em Medicina pela UNEB, também pontuou o papel da escola na preparação para o ENEM. “No decorrer do ano de 2023, foi necessário criar uma rotina com cronogramas de estudo e dedicar bastante tempo tanto à escrita como também a outras áreas, e todo o esforço valeu a pena. No decorrer do ano, o colégio oferece simulados semelhantes ao formato e estilo das questões do ENEM nos preparando para ingressar nas universidades, como projeto de vida e de povo para que possamos ocupar os espaços fora da aldeia”, disse.
Fonte: Ascom/SEC