Faltam menos de 72 horas para a delegação, formada por atletas, comissão técnica e familiares, embarcar no Aeroporto de Salvador, com destino a São Paulo, representando a Bahia nas Paralimpíadas Escolares. O apoio do Governo do Estado, através das secretarias da Educação (SEC) e do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), sob a coordenação da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), garante os deslocamentos das 27 pessoas que fazem parte do grupo. A ação integra o projeto Jogos Escolares da Bahia 2023, em colaboração com a Federação Baiana de Esporte Escolar (FBEE), que conta com investimento total de R$ 10,3 milhões do Governo.
Os nove atletas baianos disputarão provas de natação, atletismo, tênis de mesa e badminton, e se reuniram nesta sexta-feira (24) para participar de um último treino coletivo, realizado no Centro de Educação Física da Universidade Federal da Bahia, em Salvador, antes da viagem. Este encontro também promoveu a interação entre técnicos, oficiais e familiares dos estudantes.
A aplicação de políticas públicas, aliada ao apoio do Governo do Estado por meio da Sudesb, é indispensável para que estes atletas possam ressignificar suas vidas através da prática esportiva. Adelmare Júnior, coordenador do Núcleo do Paradesporto da Sudesb, enfatiza o papel do Estado na inclusão por meio do esporte. “A prática esportiva traz autonomia e muda a autoestima da pessoa com deficiência. O Governo abraçou esse compromisso, com esse auxílio nas passagens. Tivemos excelentes resultados dos regionais, em Brasília, e estamos indo com mais força para o nacional, em São Paulo, sempre com a missão de fomentar o paradesporto no estado”
A maioria dos familiares que compõem a delegação é de mães, que acompanham seus filhos durante os jogos, enfatizando o papel essencial das famílias no apoio aos jovens atletas paralímpicos. Essa colaboração entre atletas, comissão técnica e familiares contribui não apenas para o sucesso esportivo, mas também para o desenvolvimento pessoal e social dos participantes.
Entre os atletas que representam a Bahia, destaca-se a história inspiradora de Davi de Jesus Santos, um atleta de para-modalidade com deficiência visual. Nascido com glaucoma, Davi enfrentou desafios desde os primeiros dias de vida. Apesar de uma cirurgia para preservar sua baixa visão, aos seis anos, uma queda em casa resultou na perda total da visão. Davi encontrou no Instituto de Cegos da Bahia (ICB) a oportunidade de participar de atividades terapêuticas que o introduziram ao mundo do esporte, tornando-se sua maior motivação.
“Quando eu tinha uns sete, oito anos, não andava sozinho. Mas, hoje com onze, já faço tudo sozinho. Corro e gosto muito do para-atletismo”, conta Davi. O atleta está focado na competição e divide seus planos sobre as Paralimpíadas: “Minha vontade é vir com duas [medalhas] de ouro e uma de prata. Carregando assim, no pescoço”.
Adriana Nascimento, mãe de Davi, destaca a importância do papel do Estado para oportunizar o desenvolvimento do filho através do para-atletismo. “Se não fosse o apoio do Estado, seria difícil para a gente, que depende de um salário mínimo. Teria que pedir ajuda de patrocinador, que é mais difícil”, conta.
Pela primeira vez, a Bahia terá uma representação na modalidade badminton nas Paralimpíadas Escolares, um avanço relevante na inclusão no esporte, com a participação da atleta Maria Rita.
“A Bahia vem em uma ascendente muito grande, com um trabalho de base que a gente tem feito no Centro de Referência Paralimpíadas. Temos Daniel Rios, campeão brasileiro, Elen Prado, vice-campeã brasileira, e Felipe Cruz nos quatrocentos metros. Todos bem ranqueados em suas modalidades. Davi também está iniciando sua carreira no paradesporto, também com uma perspectiva muito boa”, aponta o chefe da delegação baiana das Paralimpíadas Escolares, Virgílio Leiro.
Repórter Laís Nascimento