A Festa de D’Ajuda que acontece até esta terça-feira (21), em Cachoeira, no Recôncavo baiano, conta com apoio anual do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (IPAC) e da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA). Neste ano, o aporte foi de R$ 80 mil para auxiliar na realização dos festejos. A manifestação, que é oficialmente um Patrimônio Imaterial da Bahia, através de estudos do IPAC, termina a sua programação com desfile do ‘Terno da Saudade’ que sai do Largo d’Ajuda, em Cachoeira, a partir das 17h.
“Desde 2017, após os estudos de técnicos do Instituto e do dossiê aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC), a Festa de Nossa Senhora D’Ajuda passou a estar inscrita no Livro de Registro Especial dos Eventos e Celebrações, como Patrimônio Imaterial da Bahia”, relata a historiadora e diretora geral do IPAC, Luciana Mandelli. Ela explica que segundo a tradição, a festa ocorre desde início do século XIX, como uma data móvel, entre outubro e novembro. Os festejos iniciaram-se a partir da capela de mesmo nome inicialmente devota à Nossa Senhora do Rosário e, depois, com a transferência para a atual matriz, à Nossa Senhora D’Ajuda.
A capela fica no Largo da Ajuda, no cume de uma pequena colina no centro da cidade, com acesso por três ladeiras em sentidos opostos. “Essa capela integra o Centro Histórico da cidade e é tombada individualmente como Patrimônio do Brasil desde 1939 através do IPHAN/MinC”, completa Luciana Mandelli. Ele ressalta que é uma edificação do século XVII, originada entre 1595 a 1606, e que sua característica mais importante é a capela-mor recoberta por cúpula. A Festa D’Ajuda tem liturgia Católica em adoração a Nossa Senhora. As festividades têm início com o Pregão do Bando Anunciador, grupo de cavaleiros ornados que em suas montarias tocam instrumentos de sopro metálicos, clarins e cornetas, anunciando a passagem do tradicional cortejo.
Dossiê e livros para download
O diretor de Preservação do Patrimônio Cultural do IPAC, Roberto Pellegrino, que esteve na festa representando a diretora-geral, destaca que os estudos do IPAC se baseiam em pesquisas etnográficas, de observação, coletas de imagens, depoimentos e iconografia para finalmente chegar a um dossiê. “Esse documento final descreve aspectos históricos, culturais, sociais, econômicos e políticos”, finaliza Pellegrino. Neste domingo (19), às 5h, aconteceu o famoso Bloco da Alvorada da Festa d’Ajuda, com integrantes travestidos, com adereços e várias fantasias. Às 17h desta terça é a vez do Bloco da Saudade.
A diretora geral do IPAC lembra que dentre os bens culturais já registrados pelo Estado via IPAC, estão a Festa de Santa Bárbara, Desfile de Afoxés, Carnaval de Maragojipe, Festa da Boa Morte e Ofício de Vaqueiros, dentre outros. “O IPAC também disponibiliza livros sobre cada um desses bens, disponíveis para download gratuito no link http://www.ipac.ba.gov.br/publicacoes-para-download/cadernos, na aba de ‘downloads’ e ‘publicações’ do site www.ipac.ba.gov.br”, conclui Luciana Mandelli. Acesse: facebook ‘Ipacba Patrimônio’ e instagram @ipac.ba. O IPAC é vinculado à Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA).
Fonte: Ascom/Secult-BA