A Eletronuclear revelou durante o evento Nuclear Communication 2023, realizado nesta terça-feira, na sede da Fecomércio, no Rio de Janeiro, uma pesquisa realizada em janeiro deste ano em que 71% dos moradores da cidade de Angra dos Reis são favoráveis a utilização da energia nuclear para a geração de eletricidade. O estudo foi apresentado pelo superintendente de Comunicação Institucional da Eletronuclear, Marco Antonio Alves, durante o painel “Engajamento, Sociedade e Inovação”. Também participaram desta mesa de debates a gerente do Departamento de Comunicação Integrada, Juliana Rezende, a chefe da Assessoria de Responsabilidade Socioambiental da Eletronuclear, Ana Beatriz Julião, e a Coordenadora Regional das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Jane Santos.
Durante o processo de elaboração da pesquisa foi detectado que um dos fatores que ampliam a aceitação da população que vive no entorno da central nuclear de Angra dos Reis é a percepção do impacto positivo causado pelas usinas na economia local do município, com o surgimento de novos comércios, geração de emprego e moradias para atender a demanda de funcionários que se estabeleceram na usina, além do impactos sociais causados na comunidades ao redor da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), como pontua Marco Alves:
“Entre os fatores positivos percebidos pela população, estão o impacto econômico que as usinas causam na região, gerando mais empregos. Além disso, é importante mencionar também os impactos sociais com os investimentos realizados pela Eletronuclear, com os trabalhos feitos com as comunidades e circunvizinhanças”, detalhou.
Frente Parlamentar
Para reforçar as pautas legislativas do setor, entre os convidados estava o deputado federal, Júlio Lopes, líder da frente parlamentar nuclear, grupo que aguarda atingir 198 assinaturas para ser formalizado. Até o momento foram obtidas 173 assinaturas.
A Frente pretende garantir a continuidade do programa de energia nuclear no país, incentivada no início do governo passado, mas que, segundo o deputado Júlio Lopes, foi desmobilizada nos seis meses finais pelo então ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida:
“O Brasil deve instalar mais uma usina nuclear onde já estão instaladas Angras 1, 2 e 3, porque já tem licença prévia, e mais uma no Nordeste”, disse Lopes no evento.
O deputado elogiou também a organização do evento, a qual disse ser necessária para a divulgação de um tema muito importante é que precisa ser disseminado pela sociedade civil como algo positivo:
“É um tema que precisa muito do entendimento da população e da mídia, temos poucos jornalistas especializados nessa área e pouca compreensão da população a esse respeito. Então, esse evento é o início de um processo de melhor comunicação da área nuclear. Quero louvar a iniciativa e dizer que fiquei muito surpreso com a qualidade dos painéis e de todos que aqui se apresentaram, mas sobretudo, com essa ideia de tornar a comunicação mais fluída, mais fácil e de melhor interação entre todos os agentes da comunicação. É preciso que a sociedade compreenda o benefício que a energia nuclear pode trazer para vida delas e ao desenvolvimento do país”, concluiu.
O evento
O Nuclear Communication é um evento voltado para jornalistas e influenciadores com foco no setor nuclear, e tem como objetivo abrir espaço para a reflexão e discussão sobre como a comunicação assertiva, que facilita e amplia o acesso de informações para a sociedade, pode impactar positivamente no rumo da tecnologia nuclear no Brasil.
O primeiro painel da conferência abordou a disseminação de fake news sobre a fonte nuclear e a gestão de crises de imagem. A mesa de debate foi composta apenas por mulheres: Jaqueline Viana (Comunicação WiN Brasil), Valéria Pastura (chefe do setor de capacitação do Instituto de Engenharia Nuclear), Inayá Lima (Coordenadora de Pós-Graduação em Engenharia Nuclear da UFRJ), Ana Carolina Hilderbrandt (Especialista em comunicação integrada/Agência A+) e Rosa Pinto (Gerente de Comunicação Social da INB).
No painel 2 sobre Engajamento, Sociedade e Inovação, os palestrantes foram Marco Antônio Alves (Eletronuclear), Juliana Rezende (Eletronuclear), Ana Beatriz Julião (Eletronuclear) e Jane Santos (INB).
No painel 3, Eliene Silva (LN Assessoria) e Ruan Souza (Rosatom) apresentaram as novidades do setor. Por fim, no painel 4, Giovanna Gallo (MMConex), Ralph Oliveira (Associação Brasileira de Radiofarmácia), Sergio Altino (Rede D’Or), Aleh Bossan (Conselheiro de Empresas e Estrategista de Crescimento e Aceleração de Negócios) e Ana Célia Sobreira (ABDAN) falaram sobre Medicina Nuclear.