Faltando pouco mais de três meses para o verão, as academias começam a receber maior fluxo de pessoas que desejam chegar com um corpo mais definido para a estação. Mais do que a questão estética, a prática de atividade física traz inúmeros benefícios à saúde, mas é preciso ter acompanhamento de um profissional para evitar lesões. Os ombros, por exemplo, são muito utilizados em boa parte dos treinos realizados na academia. Ao treinar a região peitoral, bíceps, costas, tríceps e o próprio ombro, essa articulação pode ser lesionada, alerta o cirurgião especialista em ombro e cotovelo, Dr. Luis Alfredo Gomez.
Geralmente, os movimentos que envolvem a região mobilizam vários músculos ao mesmo tempo e é isso que faz com que a área seja tão propícia a lesões. Além disso, o ombro, consegue exercer muita força quando é solicitado.
“Excesso de carga, alongamento insuficiente, treino excessiva, má postura ou execução errada do exercício pode trazer problemas, sendo os principais o deslocamento ou luxação dos ombros, lesão do manguito rotador e o chamado ‘ombro de halterofilista’”, lista o médico ortopedista.
Dr. Luis Alfredo explica que, quando o ombro sai do lugar, ele pode voltar rapidamente, porém, esse tipo de lesão rompe os ligamentos e causa luxações repetidas no futuro.
No caso da síndrome de impacto ou rotura do manguito rotador, o problema pode ser causado pelo acúmulo de impactos ao longo dos anos ou de um intenso trauma durante o levantamento dos pesos. “Ao sentir dor ao elevar os braços, a pessoa deve suspender as atividades e procurar um ortopedista”, orienta o especialista. “O manguito rotador é o grande estabilizador do ombro. Por isso, estabilizar esse complexo pode auxiliar e muito a evitar problemas, então, faça os exercícios com a orientação de um profissional físico”, completa.
Já no “ombro do halterofilista” é causado pelo microtrauma repetido provocado pelo excesso de exercícios e peso na região, sobrecarregando a escápula. “O problema surge quando o ombro é solicitado mecanicamente todos os dias. O osso, sem repouso ou intervalo, entra em fadiga e surge o edema ósseo, com aumento de vascularização que acaba provocando uma reabsorção do osso, chamado de osteólise”, diz Dr. Luis Alfredo.
Geralmente, os tratamentos incluem o uso de medicação analgésica e anti-inflamatória. “Dependendo da lesão, são necessárias algumas sessões de fisioterapia, além de meios para correção postural e minimização das dores”, lembra. “Prevenir sempre será melhor do que remediar, então, o ideal é treinar sob acompanhamento de um profissional da área e, ao sentir algum desconforto persistente, procurar um médico para avaliar e indicar o melhor tratamento”, conclui.
Sobre o Dr. Luis Alfredo Gomez
Luis Alfredo Gomez é médico ortopedista, especialista em cirurgia de ombro e cotovelo. Doutorando em Ciências Musculoesqueléticas pela USP (Universidade de São Paulo) e presidente Nacional da SBCOC (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo) em 2022.
À imprensa, o médico pode falar sobre variados tipos de problemas e lesões envolvendo o ombro e cotovelo, causados no trabalho; em acidentes automobilísticos; no esporte; por esforço repetitivo; além de esclarecimentos sobre diagnósticos, tratamentos e prevenção.