Quem são os stakeholders das empresas? Como engajá-los e lidar com eles, essas são algumas perguntas feitas por Leandro Machado, sócio-fundador da Cause, para os participantes do workshop “Mapeamento e gestão de stakeholders”. O treinamento aconteceu durante o II Fórum Capitalismo Consciente, do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB), o maior evento 100% gratuito e online da América Latina sobre o assunto.
Na ocasião, Leandro trouxe provocações sobre o relatório Eldeman Trust Barometer 2021, que revelou que apesar de vivermos uma crise generalizada de desconfiança em todas as instituições, as empresas ainda têm um grau alto de confiança do consumidor e precisam prestar atenção nessa dinâmica.
“As empresas surgem como mais confiáveis, competentes e éticas no Brasil – o que gera uma enorme responsabilidade e novas possibilidades para que suas lideranças atuem em movimentos de mudança em benefício da sociedade como um todo. As marcas e organizações estão sendo cada vez mais questionadas como agentes de transformação. Um exemplo disso é que segundo a pesquisa 93% dos entrevistados esperam que as marcas tomem uma ou mais medidas que vão além do seu produto ou negócio”, comenta o sócio-fundador da Cause.
Ainda de acordo com o levantamento, 36% dos entrevistados relataram deixar de comprar em marcas que amam, porque não têm confiança nessas companhias. “Os consumidores já entenderam o seu papel como stakeholder e estão mudando a decisão de compra de acordo com a sua relação de confiança”, explica Leandro.
Propostas de valor das empresas
Ao longo das décadas a proposta de valor das empresas mudou bastante. Nas décadas 1950 e 1960, havia uma proposta única de valor nas empresas com apelos puramente racionais. Já na década de 1980, passou de uma proposta única para uma mais emocional de valor no posicionamento das empresas. Nos anos 2000, as empresas começam a se posicionar com crenças e valores, não só o que a empresa é, mas o valor que ela agrega.
Segundo Leandro, nos últimos anos a proposta de valor das empresas é o propósito, na qual as empresas têm uma cultura de marca, não só uma propaganda, e há um ciclo de conexão com o que acontece com o mundo. “Os negócios podem e devem ser guiados pelo propósito. Atuar com transparência é bom para os negócios, humaniza as marcas e as aproxima de seus públicos”, complementa.